Desassossego, poema de Charlenne Shelda
desassossego
tua presença me desorienta.
a simples menção de estares,
à volta por estes ares,
me atormenta as vísceras.
mal estou sempre.
quando perto, tenho febre.
calor que cozinha
minhas carnes mais duras,
me retalha em tiras
e me atira às varas.
estômago revira,
intestino prende,
bexiga solta.
escorrem líquidos secretos
pelo vão das coxas,
represando em poças.
toma em tua mão minha sina
e seguindo o rastro de urina,
desfaz o eclipse em meu plexo.
Charlenne Shelda
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