Invisível, poema de Rafael Sampaio


 

Invisível


Existo

Mas ninguém me vê


Transito em um trânsito caótico

Carros

Gente

Apressados

Sempre atrasados


Passam por mim

Esbarram em mim

Não sou notado

Estou só

Rodeado por uma multidão de solitários


Diálogos trocados por buzinas

Calor humano trocado pelo frio urbano

Olhares não mais trocados

Vá a merda sempre sincero

Enquanto o bom dia é automatizado


Celulares sensíveis ao toque

Pessoais insensíveis e alheias a qualquer contato

Estou aqui parado no meio da cidade

À sombra do arranha céu

Eu não sou notado


Desisto

Ninguém me vê



Rafael Sampaio

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