"Corpo mascate" poema de Fábio Gondim
corpo mascate
meu corpo,
mercante de estorvos,
andejo e distante,
dispensa conselhos.
perde ao trilhar atalhos
as asas atadas com cera.
segue rastilhos de quimeras.
minh’alma andarilha
rascunha em meu lastro
trilhos de arrependimento.
maltrapilha brios e lustro
espantalha desvelo e juízo.
adula meu ego acima do peso.
as cicatrizes
que carrego na pele e dentro,
são marcas de ferro forjado
dos amores que abraso.
apego e afeto em desalinho.
sou extenso mapa de descarinhos.
Fábio Gondim
Poema do livro Charlenne Shelda, 2021.
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